Felicidade corporativa: sua equipe é feliz no trabalho?
Você sabe o que é felicidade corporativa?
A felicidade é um dos principais, se não o maior, objetivo da vida – apesar de ser, na prática, muitas vezes colocado em segundo plano. Isso porque o sentimento de felicidade nos permite viver momentos incríveis e que nos agregam positivamente, promovendo a sensação de bem-estar.
E no trabalho, não deve ser diferente.
Inspirado no 27º episódio do nosso podcast Brothers & Founders sobre o universo de pessoas e cultura nas organizações, o convidado Vinícius Kitahara conta um pouco sobre o tema felicidade corporativa, fazendo com que você entenda porque a felicidade no trabalho e nas organizações também é tão importante.
Vinicius Kitahara (Vini) passou a estudar o tema em 2010, e hoje é expert em felicidade corporativa e fundador da Vinning, uma consultoria especializada no assunto que promove espaço para debater e desenvolver o que realmente importa. Vini também já participou de documentários, como da CNN, com o tema A Ciência da Felicidade, foi entrevistado pela Valor Econômico, HSM, Globo e Época, e atende clientes como Google, Twitter, Deloitte e Petrobras.
Afinal, o que é e qual a importância da felicidade no trabalho? Quais são os sinais de infelicidade nesse contexto? Como potencializar a felicidade no ambiente corporativo? Neste artigo, você confere respostas a essas e outras questões. Guie-se pelo sumário acima ou continue lendo abaixo. Vamos lá?
O que é felicidade corporativa?
Imagine agora, o seu dia a dia. Como é a sua rotina? O que você faz a maior parte do seu tempo? De acordo com pesquisa do livro Felicidade no Trabalho, nós passamos cerca de 90.000 horas trabalhando. Mas calma, a ideia deste conteúdo não é te assustar! O que queremos abordar aqui é como a satisfação com o trabalho promove a qualidade de vida.
Quando se gosta do que faz, é comum que o tempo pareça relativo, as horas passem rapidamente e toda a sua rotina fique mais positiva e vigorosa. Conforme o host do podcast Brothers & Founders, além de co-founder e CEO da Talent Academy, diz:
Felicidade no trabalho não é só possível, como é necessário.
Maurício Betti
Desse modo, felicidade corporativa se refere a um estado de bem-estar emocional e satisfação dos colaboradores dentro do ambiente de trabalho. Nesse sentido, trata-se de criar condições que promovam a realização pessoal e profissional, resultando em um clima organizacional positivo e produtivo.
A felicidade corporativa vai além do salário e benefícios. Mais do que isso, engloba elementos como um ambiente de trabalho saudável, reconhecimento, oportunidades de desenvolvimento, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e um senso de propósito e conexão com a cultura e valores da empresa.
Por isso, investir na felicidade corporativa não apenas melhora a qualidade de vida dos funcionários, mas também aumenta a produtividade, a retenção de talentos e a imagem da empresa.
Você conhece a ciência da felicidade?
Um estudo realizado pelo Center for Positive Organizational Scholarship, da Universidade de Michigan, mostra que um trabalhador feliz é, em média:
- 31% mais produtivo;
- 3x mais criativo;
- e suas vendas são 37% mais elevadas, em comparação com outros.
De acordo com Luiz Gaziri, especialista na área e professor da FAE Business School,
Poucas pessoas conhecem essas descobertas e continuam não levando sua felicidade a sério.
Luiz Gaziri
É por isso que ter uma gestão que centre o olhar nas pessoas é importante. A felicidade precisa estar na agenda do mundo corporativo, uma vez que os negócios prosperam quando se tem uma gestão humanizada.
Aspectos físicos e mentais da felicidade
Também é importante ressaltar a necessidade da felicidade como um todo, inclusive em aspectos da vida pessoal. Alguns dos efeitos que tendem a ser provocados no corpo e na mente de pessoas mais felizes são:
- sistema imunológico mais saudável;
- menos expressão de genes relacionados à inflamações no organismo;
- melhores hábitos em relação à saúde mental;
- além de serem mais otimistas e entenderem melhor o propósito de suas vidas através de suas interações sociais.
Isso tem relação direta com as doenças do século 21. Se as pessoas começarem a ter um olhar mais atento para os benefícios que a felicidade nos traz, haverá uma redução desses problemas significativos tão presentes no nosso cotidiano, como é o caso da depressão, ansiedade, síndrome de burnout, etc.
Por isso, é necessário melhorar a experiência das pessoas (inclusive colaboradoras) utilizando dados e pesquisas científicas que comprovem que a felicidade é um fator importante, tanto na esfera pessoal quanto na profissional.
Felicidade corporativa e bons resultados andam juntos
No mundo corporativo, muitas organizações acreditam que resultado e felicidade são opostos: ou você apresenta bons resultados, ou você é feliz e ajuda as pessoas a serem mais felizes. Mas na realidade, é exatamente o contrário: quando as pessoas estão mais felizes, elas são mais produtivas e têm a possibilidade de ficar mais tempo em uma empresa.
A conexão entre felicidade e resultados no trabalho é clara. Só não vê quem não quer.
Sinais de infelicidade no trabalho
Existem diversos sinais que podem ser produzidos ou mesmo gerar infelicidade no trabalho. A seguir, mencionaremos alguns. Então, caso você ache que está sofrendo com qualquer desses sinais, ou que alguém da sua equipe esteja, é importante ficar atento(a). Afinal, não podemos enxergar o nosso trabalho como sinônimo de sofrimento, não é mesmo?
1. Se sentir mal por estar descansando e querer ser produtivo a todo momento
A aprendizagem da felicidade nos mostra que precisamos ter momentos de descontração, de conexão e de criatividade para inovar e se sentir à vontade no ambiente corporativo. Cobrar a si mesmo(a) a todo momento e não descansar pode te gerar ainda mais infelicidade no seu trabalho.
2. Falta de energia, criatividade e motivação
Trabalhar em um cargo ou em um ambiente que deixa o colaborador(a) cansado, desmotivado e sem energia é um sinal de que o trabalho está afetando a saúde emocional e física. É necessário focar no processo de autocuidado, ele é fundamental para conseguir executar tarefas adequadamente.
3. Ausência de plano de carreira e falta de engajamento
O objetivo da maioria das pessoas em um emprego é conseguir crescer e ter realização profissional. Para isso, as organizações precisam oferecer um plano de carreira ou trilhas de desenvolvimento de jornada que possibilitem que o colaborador tenha perspectivas futuras e consiga alinhar seus objetivos aos da organização. A falta de engajamento em projetos, dinâmicas ou outras atividades promovidas também podem ser um sinal de infelicidade no trabalho.
Qual é a importância da felicidade corporativa?
Você já ouviu falar sobre psicologia positiva? Ela é a aliada das organizações para garantir um ambiente de trabalho mais feliz, trazendo benefícios como:
- maior produtividade individual e coletiva;
- maior engajamento dos colaboradores;
- habilidade para resolução de problemas e conflitos;
- mais disposição para se envolver nas questões do trabalho;
- pensamento original e criativo.
Phil Stone, Ellen Langer e Tal Ben-Shahar são grandes nomes da psicologia positiva, área que consiste em realizar boas práticas que auxiliam na melhora do bem-estar individual, contribuindo para equipes mais proativas e satisfeitas no ambiente de trabalho.
Segundo Martin Seligman, considerado um dos criadores do conceito de psicologia positiva, o bem estar tem por objetivo ampliar o florescimento pelo aumento da emoção positiva, do engajamento, do sentido, dos relacionamentos positivos e da realização.
Desse modo, se tenho uma experiência positiva na minha jornada como colaborador, vou querer me desenvolver cada vez mais para evoluir junto com os resultados da empresa, trazendo o olhar de dono para minha forma de operar.
Da mesma forma, se entendo o propósito da empresa e me conecto a ele, por trazer impacto positivo para a sociedade, me engajo e me realizo como profissional, cidadão e ser humano.
➕ Entenda mais sobre o tema lendo o artigo O impacto da psicologia positiva no mundo corporativo, de Gisele Rosa (expert em Psicologia Positiva e Ciência do Bem-Estar).
Como aumentar a felicidade no trabalho?
Independentemente de você ter ou não se identificado com o que foi falado acima sobre alguns dos possíveis sinais de infelicidade no trabalho, que tal refletirmos um pouco sobre como é possível melhorar a felicidade no ambiente de trabalho?
1. Busque ressignificar o seu emprego atual
Que tal dar um novo significado para a sua função? Altere a maneira como você enxerga o que faz e reconheça a necessidade daquilo para outras pessoas, identificando qual é a sua importância no mundo corporativo.
2. Melhore suas relações interpessoais no trabalho
De que modo você está interagindo com os membros da organização? Como está sendo feito o seu trabalho em equipe? Essas também são questões que vale a pena refletir. E se mesmo assim as coisas continuarem desagradáveis, opte por uma mudança de carreira, focando em um ambiente mais seguro e assertivo.
3. Conecte-se com o seu propósito e seja você mesmo
O que te faz acordar todos os dias e te motiva a ir trabalhar? A importância de se conectar com o seu propósito pessoal, também é um ótimo ponto de partida para o sucesso na vida profissional. Quando você encontra motivação e descobre seus talentos, impactos e potências, tudo fica mais fácil. Afinal, estar motivado também é estar feliz com o que você faz.
Além disso, seja você mesmo(a). Quando temos um olhar centrado nas pessoas, precisamos entender que a cultura do acolhimento é necessária em momentos difíceis, e que a sinceridade sempre será o melhor caminho para a resolução de problemas pessoais ou até mesmo dentro da própria organização.
💡 Para melhorar a felicidade corporativa, é preciso primeiro entender quão felizes seus colaboradores estão na organização. O Radar – que faz parte da solução integrada da Talent Academy e permite às organizações entender, acompanhar e aprimorar a experiência dos colaboradores durante toda a sua jornada –, tem como uma de suas principais métricas justamente a Felicidade no Trabalho, junto à Retenção e eNPS. Saiba mais sobre o Radar clicando aqui!
Estudo de caso: das quadras ao escritório
Para contextualizar com o tema do conteúdo, resolvemos trazer uma analogia proposta pelo convidado do podcast, Vinicius Kitahara, que se adequa muito bem ao que estamos falando.
Imagine o caso de um atleta de alta performance. Quando imaginamos esses profissionais, nós percebemos que eles têm momentos muito intensos durante seus treinamentos e atividades, mas é importante lembrar que eles também precisam dedicar momentos, tão importantes quanto, para recuperar suas energias.
Assim, dormir também faz parte do treino. Ou seja, você precisa descansar para obter alta performance. Além do fator físico bastante evidente, isso também faz com que a mente deles garanta a associação de que se não descansarem bem, não terão uma boa performance.
Pensando nisso, gestores, lideranças e profissionais de RH precisam entender essa relação de descanso e entrega, pensando nos colaboradores de uma organização. Os colaboradores serão mais produtivos e realizarão entregas de melhor qualidade se estiverem dormindo e descansando adequadamente, por exemplo.
Conclusão
Trabalho e felicidade são antagônicos… só que não!
Depois desse conteúdo, podemos dizer que felicidade e trabalho não só combinam, como são necessários. Ambos podem andar lado a lado, como melhores amigos. Afinal, reconhecendo o seu propósito de vida e suas fortalezas, isso garantirá sua produtividade, aumentando seus níveis de bem-estar e felicidade durante o dia a dia.
Para saber mais, que tal conferir o episódio sobre o tema com Vinicius Kitahara na íntegra? O podcast encontra-se disponível no Spotify e muitas outras plataformas de áudio, assim como no Youtube:
➕ Escutou/assistiu ao podcast e quer ainda mais profundidade? Nossa indicação de leitura para você saber mais sobre o assunto é “O Jeito Harvard de Ser Feliz”, de Shawn Achor. Ele nos ensina a colher os frutos de uma atitude mental mais positiva que pode proporcionar efeitos extraordinários no nosso trabalho e na nossa vida, reduzindo o estresse e o negativismo.
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